Dia 15 de agosto, um domingo com clima entre "frio da porra" e "vento do caralho", eu e o vagabundo do Mako fomos pro Hangar 110 curtir mais um show do que eu considero a melhor banda argentina de todos os tempos: o Boom Boom Kid. Como acontece todo ano, Nekro, antigo Fun People, lenda do rock 'hermano', acompanhado de sua banda de apoio, vem ao Brasil prometendo uma noite de liberação, onde todos extravasam.
Pois bem, chegando cedo no Hangar, fomos para o bar, onde logo encontramos o Fel e o Gigo, fechando todos os autores do UnderKrew em um show. Ficamos lá ainda um tempo, comemorando o aniversário de 22 anos da nossa fotógrafa Karen, o que fez com que não percebessemos que a casa tinha aberto e acabamos perdendo perdendo o primeiro show, da banda Autônomos.
Mas não é por isso que não vou falar deles. Na banca de merch, se destacava uma simpática caixinha com várias cópias do primeiro full-lenght da banda, Alpinismo, sendo distribuídos gratuitamente, dos quais eu peguei um para ouvir depois em casa. Bom, a banda faz um hardcore melódico honesto, rápido e simples, passando suas mensagens (em sua grande maioria, críticas à sociedade) em 12 faixas bastante diretas. Particularmente, não me agradou muito o vocal, mas vale a pena dar uma ouvida no som dos caras, que estão despontando cada vez mais no cenário nacional. Ah, a música Uma Peça conta com participação do Gonta, do Overlife Inc..
Bom, voltando ao Hangar, entramos quando começava o show do Total Terror DK, um dos muitos projetos paralelos dos membros do Dance of Days. Um show rápido, com cerca de 20 minutos de punk rock "de verdade". Simples, cru, d-beat e berrado.
Um fato curioso do show da banda são os covers de músicas do Sick Terror, banda de onde saíram os membros que criaram o Total Terror. Como diz o manual, os caras tocaram suas músicas próprias, seus covers e saíram sem falar muito com o público, que ainda se mostrava tímido, cantando pouco e não se mexendo tanto, talvez por causa do frio.
Fecham-se as cortinas e a máquina de fumaça começa a trabalhar intensamente, fazendo o palco ficar totalmente enevoado no início da apresentação do Eu Serei a Hiena. O quarteto instrumental sempre faz shows complexos, extremamente precisos e, o mais importante para uma banda instrumental, divertidos. O show não se torna algo repetitivo ou maçante, muito graças ao talento dos músicos.
Aqui cabe uma observação dada pelo meu amigo Felipe Fiori: "Todo show do Hiena que você ver vai ser o melhor de todos, porque os caras são fodas!" Mas, sinceramente, nesse domingo os caras estavam inspirados, realmente foi uma coisa linda de se presenciar. Como disse a aniversariante do dia, "um presente muito lindo."
Tocando músicas dos seus dois primeiros CDs, o Hiena arrancou aplausos sinceros do público, mostrando uma presença em palco e uma disposição em entreter raramente vista, mesmo sem a figura central de um vocalista, ou mesmo um microfone, o que foi um inconveniente na hora de se comunicar com o público, feito na base do grito, mas que deu maior liberdade de movimento aos quatro integrantes.
Com um set com músicas como Sonâmbulo, Hominis Canidae, Do The Free The Borders e Thinking and Talking About The Weather, o Hiena fecha seu, para mim, melhor show e deixa uma dúvida quanto à reflexão sobre esse lance de sempre fazerem seus "melhores shows".
Em seguida, sobe o Good Intentions, apresentando no palco músicas de toda a carreira, com o intuito de passar a mensagem straight-edge ao público, com um som bastante forte, fazendo com que os fãs da banda já começassem a abrir as primeiras rodas em frente ao palco.
Refrões acompanhados de punhos no ar e ajudados por cantarem sobre um estilo de vida de muitos dos presentes fizeram com que o Good Intentions tivesse grande resposta e se sentisse à vontade no palco, tocando com muita personalidade.
Entre as músicas, o vocalista André falou um pouco sobre o straight edge, suas origens, ideais e convicções, para então encerrar o show, deixando o caminho livre para Nekro, que estava até então vendendo seu merch e curtindo os outros shows na banquinha.
Entre as músicas, o vocalista André falou um pouco sobre o straight edge, suas origens, ideais e convicções, para então encerrar o show, deixando o caminho livre para Nekro, que estava até então vendendo seu merch e curtindo os outros shows na banquinha.
De novo com um mar de fumaça, o maior nome do rock argentino já tinha o público na mão antes mesmo de aparecer no palco. Tocando suas músicas em andamento acelerado, adicionando berros e com uma presença de palco impressionante como sempre, Nekro prova (se é que precisa provar algo) que continua fazendo um dos shows mais pegados quando o assunto é extravasar energia.
Tocando músicas coladas uma na outra, fazia o público ensandecer com sons de toda sua produtiva carreira, como Fueguitos, Pon Tu Corazon En La Musica, El Hombre Gato, Dejame Ser Parte de Esa Locura, Hunt e Rapocappo, com o bate-cabeça comendo solto, vários stage dives e alegria no rosto de cada pessoa no Hangar.
Nekro não para um minuto em palco, tira seu moletom, seu já clássico chapéu vai e volta de sua cabeça, dança sem parar, pula, cai no chão, faz malabarismos com o microfone, balança seus dreads sem parar e mesmo assim parece não cansar. No meio do show, com um calor forte já tomando conta da casa, surge um casaco branco, que Nekro veste ao contrário, dizendo ser sua "roupa de casamento" para cantar mais algumas músicas, mas logo o tira, junto de suas calças, deixando a mostra uma cueca com estampa do Minor Threat.
Como não podia deixar de faltar, Wasabi veio com Nekro pegando um case no backstage e dando pra galera segurar. Primeiro, chamou um fã do próprio público a subir, o que acabou bastante mal, como podem ver no vídeo acima. Depois, ele mesmo subiu na "prancha" e surfou sobre a galera, remando, dropando e finalmente, voltando ao palco.
Ainda foram tocadas Kitty, FMI, Brick by Brick, Julio e, diferentemente do anunciado, das "muitas, muitas, muitas" músicas que seriam tocadas, o set foi curto para um show do Boom Boom Kid, muito embora suas músicas sejam em geral curtas, o tempo de show não teve nada de excepcional. Alguns outros pontos altos do show foram I Do, I Don't Mind e Feliz, quando parte do público subiu no palco e Nekro cantou sobre os braços destes.
Fotos por Karen Lusvardi
6 comentários:
Resenhas, fotos, videos, crews
porra mano que bom cada dia mais aparece pessoal de qualidade pra registrar momentos assim!
parabens a todos ae ;)
"la vida esta bien sino te rindes"
po galera valeu mesmo aí pelos vídeos e fotos
tava meio vaziao ou e so impressao?
muito engraçado esse video, o mano q subiu levo mo capote... mo do...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
pra niveis de boom boom kid eu achei o show de ontem curto, mais muito bom...
comparado ao do hangar do ano passado, esse foi tipo pocket show
Fiquei triste porque no flyer dizia " tocando muitas, muitas, muitas musicas..."
E ai me deparo com esse pocket show.
MAS, como sempre....muito bom.
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