28 de fev. de 2011

S.O.S. Continua CCPC!



Estão querendo cortar a única perna do Saci do CCPC. O Centro Cultural Popular Consolação é um espaço independente que recebeu diversas expressões artísticas e culturais durante os últimos quatro anos. Do jazz ao forró, muita gente e muita história já passou por suas pistas, primeiro na Consolação, depois transformando o último C em Centro, mudou-se para a General Jardim, no centro de São Paulo.

Agora uma das casas mais undergrounds de São Paulo está no perrengue e precisa da ajuda de todos que são unders de verdade. A missão é resgatar R$10 mil até sábado, para isso as festas vão continuar rolando nesse esquema:

01/03 terça CCPC JAMEIKA DUB,
02/03 quarta DUB encontro de SOUNDS & MCS
03/03 quinta NAZIREU RUPESTRE
04/03 sexta DANCEHALL RAGGA HIP HOP
05/03 sábado SOS CCPC vários SOUNDS & MCS


O CCPC também está aceitando contribuição via depósito bancário, basta mil pessoas doarem R$10 na agência 0429 c/c 61701, banco Itaú. Então contribua para um lugar que sempre foi honesto nos preços da entrada e da breja e sempre teve um som pedrada toda a semana de sua existência.

O CCPC não recebe verbas por fora nem é patrocinado, ele depende da gente pra existir! E ainda assim a entrada será de R$10 na porta e três cervejas por R$10 durante esta semana que pode ser a última.




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Segue abaixo uma entrevista que fiz com o produtor artístico do CCPC, Tiago Barbosa, em 17 de janeiro, explicando um pouco mais sobre o centro cultural:

Underkrew: o que é o centro cultural popular consolação? como funciona?
Tiago Barbosa (CCPC): O Centro Cultural é um espaço independente com atrações musicais. Temos uma programação semanal que atualmente é predominantemente reggae. O CCPC não dispõe de incentivos fiscais nem governamentais, pagamos aluguel, contas e trabalhadores com o que arrecadamos com os eventos.

UK: Quando aconteceu a mudança de endereço e por que o CCPC se mudou?
CCPC: A mudança aconteceu exatamente no dia 16 de agosto de 2010. A mudança foi necessária, pois estávamos num prédio que era alugado e ele foi vendido. Fomos avisados da venda exatamente com 30 dias para a nossa saída, então foi correria. É orgulho dizer que tivemos programação até o domingo, dia 15, que se encerrou às 23h, e no dia seguinte estávamos inaugurando o novo CCPC com o Jazz às 21h. Foi incrível!


UK: Qual foi a melhor e a pior parte de mudar de casa?
CCPC: Puxa, a melhor foi a peneira que rolou. Quando o barco aparenta que vai afundar os ratos são os primeiros a abandonar. E isso foi um alívio, pois eram pessoas, produtores e músicos que apenas usavam o espaço para uma autopromoção, não eram parceiros e não se sentiam parte do espaço. O CCPC sempre se caracterizou como um espaço coletivo, por isso é do jeito que é, pois quando o coletivo não atua fica tudo na minha mão e aí dou conta só de 50% de cada uma das um milhão de coisas.
A pior parte é a saudade, mas amadurecer é isso, é ter lembrança, olhar aquele terreno vazio agora (o prédio foi demolido) e ver que ali nós fizemos história. E “nós” é cada um que foi em uma balada apenas e curtiu o que o CCPC proporcionava, que eu sempre achei diferente das outras baladas que eu raramente freqüento.

UK: Como a casa se sustenta cobrando em média $5 por festa?
CCPC: Vibe, calça justa e camiseta furada, é isso. Os fornecedores são parceiros, a aparelhagem de som, que é alugada pela BKC produções, nós temos uma dívida e estamos sem pagar nenhuma mensalidade desde agosto com a mudança. A gente está todos os dias aqui trabalhando, nenhum dia fechado, até no dia que não tem evento nós estamos aqui arrumando, dando um jeito, melhorando. Eu afino a luz, monto o palco, passo o som... Todos que trabalham aqui estão doando suas vidas pessoais para que consigamos uma média de público necessária para cobrirmos as despesas fixas, as dívidas que adquirimos com a mudança e podermos viver. Estamos na sobrevivência mesmo, dinheiro é pra seguir o dia seguinte.


UK: Qual é a brisa do saci? de onde surgiu o mascote?
CCPC: A brisa é tirar onda mesmo. Esconder coisas, zuar a comunidade virtual de quem usa e deixa aberto aqui, ensinar bagunçando o coreto... Dar nó nas tranças das meninas, ser o que é na vibe, chamando o coletivo. É ter uma programação só com qualidade de quem é artista mesmo e que se identifica e reconhece que é um sopro de sobrevivência da arte real, não do que a mídia empurra guela abaixo da massa. Nós temos nosso público que vem pelo som e não pra fazer pose.
O mascote é o seguinte: um amigo, Ruda Andrade (neto do Oswald) montou um filme chamado Somos todos Sacis, ou seja, a história do saci já vinha de antes do filme. A gente tava sempre com uma garrafa por aí e abríamos de vez em quando pra soltar o saci e zuar a madrugada. Um dos colaboradores foi o Jaime Soares que foi o percussor do CCPC. O nome, o logo e a primeira concepção foi dele. Isso em 2007. Bom, mas aí é outra história.


NÃO VAMOS DEIXAR O UNDERGROUND MORRER!


Fotos: Perfil do Saci no Facebook

4 comentários:

Ale disse...

O Rudá Andrade, por coincidência, é meu primo :B

Anônimo disse...

anarquia !!!
du caralho teu blog
pode cre mano
não vamos deixar o UNDERGROUND morrer

Anônimo disse...

laudenir

Lei Di Dai disse...
Este comentário foi removido pelo autor.