3 de jun. de 2010

Sugar Kane, Phone Trio, Kacttus e Of Side - Outs 29/05/10

Noite de sábado com muito frio e preguiça em São Paulo e lá vou eu rumo ao Outs para mais uma madrugada regada com o fino do rock nacional. Um show diferente por dois fatos: O lançamento do EP Digital Native, totalmente em inglês, do Sugar Kane, que vinha cantando em português há dez anos. E o último show do Phone Trio antes do anunciado hiato da banda.

Chegando na Paulista encontrei nossas fotógrafas Jessica Santana e Karen Lusvardi, que iriam passar frio e cobrir o show junto comigo. Entramos na Outs por volta da meia-noite, logo atrás da primeira banda que tocaria, os santistas do Of Side.
Com um som animado, pra cima, seguindo a linha do pop punk dos anos 00 com alguns elementos do chamado post-hardcore atual, a banda foi bastante esforçada e, apesar de ser a primeira a tocar, conseguiu chamar a atenção de parte do público, que ainda entrava na casa. Compensando sua técnica simples com boa presença de palco e simpatia com o público, o Of Side tocou músicas próprias, além de um cover de Lady Gaga, com Paparazzi, com a inclusão de alguns berros na segunda voz do baixista Marcello, até então inexistentes na apresentação. Aliás, covers da loira tem sido cada vez mais comuns durante os shows da cena. Tem algo errado aí.
Em seguida, sobe ao palco o Kacttus, com um som mais rápido e pegado, mensagens de protesto e com uma proposta (pelo menos assim deu a impressão) de colocar o seu som como prioridade maior do que elaborar um visual impecável. Na estrada há bastante tempo, a banda paulista fez uma boa apresentação composta, em sua maioria, de músicas próprias, que eram cantadas por parte do público, algumas músicas até com bastante entusiasmo, o que fez os integrantes agradecerem bastante a todos que vêm ajudando a banda na sua trajetória. Fechando o show, acompanhado pelo público, The Brews, do NOFX.
Logo depois, no pedestal, o microfone vintage do guitarrista e vocalista Sal anuncia o começo do último show do Phone Trio, pelo menos por um tempo. Abrindo o show com All-Time Favourite Band, uma das músicas mais aclamadas do recém-lançado full-lenght Houston, We Have a Problem, já era visível que os cariocas tinham o público na mão.
Seguiram com as bem conhecidas Right, Say Goodbye to London e Loves Me So, Loves Me Not, cantadas com força pela platéia. Logo em seguida, a minha favorita Soundtrack for a 2001 Teenage Romance, com alusões a banda americana The Ataris, da qual o Phone Trio abriu o show em julho de 2009, até mesmo tocando um cover dos Descendents junto com o vocalista Kris Roe.
Em seguida, The Galactic Interlude, música que, como o próprio Sal falou, não é tocada quase nunca nos shows da banda, "então aproveitem". Emendando Crystal Clear e Sewers of This Town, a alegria no rosto dos três integrantes era visível e a presença de cada um, como sempre, impecável, destaque para Mateus, que, com mais liberdade de movimento, não parava um minuto.
Depois de ThegoodfightVsThegoodlife, uma pausa para agradecimentos por tudo que a banda alcançou, como turnê nos EUA, lançamento de cd no Japão, inúmeros shows, etc. Frisando que São Paulo foi um dos lugares mais importantes para o Phone Trio. Com o show recheado de piadas, o baixista Mateus agradece ao Sugar Kane, que estaria lançando EP em inglês no dia, "claramente inspirados pelo Phone Trio".
Fechando o show, a divertida Hooker, com uma ligeira adaptação da letra para o bom português "Puta", seguida por So Divine, que teve uma "invasão" de palco pelos fãs, fechando mais um ciclo na trajetória do Phone Trio.
Infelizmente, o show chega ao fim e a banda entra em um hiato temporário, porém indefinido. Torço para que seja bem curto e que todos possam curtir outro show deste tão alto nível, infelizmente, algo raro ultimamente na cena nacional.
Fechando a noite, o Sugar Kane, que estaria lançando o EP em inglês Digital Native, mas que, por problemas, não estava disponível no dia. Nada, porém, que tirasse o brilho da banda, uma das maiores e mais bem-sucedidas do cenário independente brasileiro.
Iniciando com a já clássica Velocidade, contando até mesmo com uma tentativa de stage dive de uma garota, o Sugar Kane se impunha no palco, chamando a galera a interagir e cantar alto músicas de diversas épocas da banda, como Todos Nós Vamos Morrer, Tudo Que Eu Falo e Auto-Destruição. Mesmo avançando na madrugada, a banda se mostrava bastante animada, com todos os integrantes mostrando empolgação no palco.
Com o público abrindo rodas e bastante animado, a banda falava de algumas das vantagens de tocar de madrugada, como, por exemplo, tocar para fãs antigos, e, portanto, mais velhos, além de ver rostos que não apareciam há bastante tempo em seus shows. Confesso que eu me enquadro nos dois grupos, não vendo uma apresentação da banda desde 2008, apesar de acompanhar o trabalho deles desde 2003.
Seguindo com a mistura de músicas de diferentes épocas, desfilam no palco do Outs A Máquina Que Sonha Colorido, Divinorum, Despedida (possivelmente minha música favorita, no meio de tantas), Digital Native e Um Pouco de Tudo, que rapidamente se tornou uma das músicas mais adoradas pelos fãs do mais recente disco A Máquina Que Sonha Colorido, que confirmou o que já era mostrado em D.E.M.O., uma sonoridade mais voltada para o rock. 
Depois de agradecer ao Wlad, do ZonaPunk, organizador do evento, as bandas presentes e, principalmente ao público, o guitarrista e vocalista Capilé anuncia que o último bloco do show será de músicas um pouco mais pesadas.
E seguem Seus Ideais, Revolução, Rockstar (a exceção, sendo uma música mais calma, misturando elementos de ska, feita para, como disse Capilé: "tomar uma cerveja, beijar sua gatinha, etc."), Medo, Reviver e, fechando a noite, o maior clássico do Sugar Kane e uma das músicas mais emblemáticas e reconhecidas da cena dos anos 00, A Máquina.
Por volta das 4:30, chegava ao fim a noite do Outs, com bandas e público suados e felizes, cada um partindo para seu merecido descanso, depois de uma noite que mesclou emoções, prevalecendo a felicidade.

Fotos por Jessica Santana e Karen Lusvardi

3 comentários:

Guh disse...

pensei em subir no palco também *-* (mas em right rs) puta show!

matheus representando a familia restart hahaha

gut vinicius disse...

"seguida por So Divine, que teve uma "invasão" de palco pelos fãs, fechando mais um ciclo na trajetória do Phone Trio." hahaha

Alex Kacttus disse...

Valeuuuuuuuuuuuu!!!!!
Postamos no fotolog, twitter, etc!!!

é nóis
Alex