Com a aparição cada vez mais presente nos veículos de comunicação britânicos e mundiais, o artista Banksy vem colecionando admiradores justamente pela repercussão que sua arte provocante e contestadora apresenta. Nos últimos anos, o grafiteiro atingiu um elevado grau de fama, e suas obras acabaram se tornando valiosas, na medida que foram sendo vendidas à pessoas importantes.
Ao mesmo tempo em que uma pessoa exposta pela mídia conquista admiradores e fiéis seguidores, ela também obtém alguns inimigos que vão contra a sua postura. E dentre essas muitas pessoas que se opõe a Banksy está Robbo, um dos pioneiros na prática de grafitar as ruas londrinas, ainda na década de 80. O artista aposentado de pseudônimo esquisito tem razões de sobra para se opor a Banksy, já que o encara como uma ameaça a seu legado.
O motivo do conflito entre os dois grafiteiros ingleses partiu da iniciativa de Banksy em modificar um muro pintado por Robbo cerca de 25 anos atrás. Banksy não hesitou em misturar sua arte a um grafite histórico num canal londrino.
O fato tem gerado polêmica na Inglaterra nos últimos meses e ganhou destaque nas mídias virtuais, resultando em diversas discussões entre internautas do mundo inteiro, com opiniões divididas à respeito da postura de Banksy. Alguns interpretam a atitude como uma tentativa de auto-promoção, enquanto outros vêem uma homenagem, porém, a grande maioria vê o ato como um desrespeito à um mito local.
Com toda essa repercussão transitando por essas mídias, mais cedo ou mais tarde Robbo assumiria um contra-golpe a seu rival. O artista urbano, aposentado e pai de família, logo deu sua própria resposta, transformando o grafite de Banksy numa espécie de reverência a sua própria arte.
A partir do segundo semestre do ano passado, os dois artistas vem constantemente alimentando essas sabotagens e o curioso da história é que Banksy só tem procurado intervir em cima das obras do próprio Robbo, criando a polêmica perfeita que ele tanto procurava. Isso nos leva a crer que talvez Banksy seja o passado marginal de Robbo, voltando para assombrá-lo e trazê-lo de volta a suas origens artísticas.
Numa guerra artística entre a "velha" e "nova" escola do grafite, onde um modifica a obra do outro, a pergunta que fica é: até que ponto essa disputa é benéfica à cultura de rua?
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