Estava curtindo meu calmo e monótono sábado quando, de última hora, o incompetente do Mako, que ia resenhar este show no Inferno me avisa que não iria por preguiça e lá vou eu de última hora me ensopar debaixo da chuva torrencial que caía em São Paulo. Chegando na Augusta, encontrei nossas fotógrafas Renata e Karen e depois de algumas cervejas e um maldito bombeirinho que me acompanhou durante toda a noite, entrei no Inferno para ver o primeiro show da noite, da banda Pelican Road.
Dos quatro shows da carreira da banda, já tinha presenciado um que também ocorreu no Inferno, junto do Dead Fish e Fire Driven (resenha aqui) e, de novo, a banda confirmou que é um dos bons novos nomes da cena atual.
Talvez por causa da chuva, o Inferno estava praticamente vazio, o que não desanimou a banda, que apresentou suas ótimas músicas de maneira bastante profissional.
Antes de tocar The Man Against The Kingdom, anunciaram que um clipe da música logo mais estreará na MTV.
Apesar de alguns problemas técnicos, a banda continuava animada e, logo após tocar Let You Go, anunciou um cover do Restart (que aliás, foi a grande "piada" da noite, com comentários das bandas e público, graças ao vídeo de seus fãs na porta da Fnac), que na verdade foi a ótima You, do Bad Religion, assim como no outro show que eu vi deles e, novamente, fez jus à banda de Greg Graffin.
Em seguida, a banda Zebra Zebra sobe ao palco também mandando comentários sobre o Restart e o famoso vídeo, falando do cabelo do guitarrista Eric. Com um som mais voltado para o indie do que as outras bandas da noite, os bem-humorados integrantes desfilavam canções com letras inteligentes, contando com a presença de instrumentos como gaita e uma percussão que contava com tamborim e agogô.
Algumas das músicas tocadas foram Canção de Amor nº 6, Já Dizia Minha Avó e O Bicho e o Diamante e o público começava a chegar, ainda que a casa estivesse bastante vazia.
Sem muita demora, começa a apresentação do Que Fim Levou Valdir?. Prestes a lançar um novo disco, apresentaram suas canções em um show pesado e poderoso, com um belo duelo de vozes, que fez o Inferno encher mais ainda e o público se animar e começar a cantar algumas músicas.
Em cima do palco, a banda, como sempre, fez um show agressivo e apresentou também uma música de seu novo CD, chamada Saramago do Gueto. Já nas últimas músicas da apresentação, a casa já estava bastante cheia, com gente que já garantia seu lugar para assistir o Dance of Days.
O grupo liderado por Nenê Altro subiu ao palco muito aclamado e com o público já na palma da mão, abrindo com músicas do disco Six First Hits, fazendo, como sempre um show com uma ótima presença de palco, com os integrantes dividindo os holofotes igualmente, coisa muito rara hoje em dia.
Conversando bastante com seu público, Nenê Altro comentou sobre o momento passageiro das bandas de "moços bonzinhos", enaltecendo a cena independente.
Entre músicas como Se Estas Paredes Falassem e Suburbia, 1986, Nenê voltava a falar sobre estas bandas novas e, lançando um "duvido que eles encham o Inferno deste jeito", logo seguido de um "infelizmente, o dinheiro manda e elas encheriam" pelo guitarrista Tyello.
Tocando também um cover de Rise Above, do Black Flag, fecharam com Last Kiss Missed, também do Six First Hits. Com o fim do show, boa parte do público, que estava abrindo rodas, cantando junto e dando stage dives, saiu da casa, assim como muita gente entrou para ver o Garage Fuzz.
Abrindo o set com Old Red Low Top, que já deixou a galera animada, o show prosseguia com sons já bem conhecidos das apresentações ao vivo, como When All The Things, A Mutt Running Nowhere, Replace e Embedded Needs, como sempre sendo muito bem executadas, facilmente se comparando ou até mesmo superando os registros em estúdio, em um dos shows que é considerado um dos melhores do Brasil.
A banda em geral estava bastante animada em palco, com exceção do vocalista Farofa, que, como falou para nossa fotógrafa Rê, estava com uma dor de cabeça muito forte, o que mesmo assim não atrapalhou muito a apresentação.
Na pista, a galera fazia sua parte, cantando as músicas, dançando, abrindo rodas, dando stage dives, etc. O show tinha sido amplamente divulgado por todas as bandas e, principalmente pelo fato de as duas headliners sendo bandas "de peso", o Inferno não estava cheio provavelmente por causa da chuva, ou então do ingresso com preço maior do que a maioria dos shows, sendo vendido a R$25,00.
Continuando o set com Ignore List, Post It Reminder, Observant, Dear Cinnamon Tea, House Rules, entre outras, o show foi encurtado por causa de outro evento que iria acontecer na casa, fazendo com que as músicas Engines and Tools, The Morning Walk, Tireless On Fire, Eye Witness e Too Scared To Try, que estavam na lista original não fossem tocadas, assim como Variations, muito pedida pelo público.
Um show bom, já que se tratava do Garage Fuzz, mas uma série de pequenos problemas tiraram um pouco do brilho da apresentação e deixou a galera na parte de fora da casa com uma sensação de insatisfação, não por ter sido um show ruim, mas sim por quererem ver mais músicas, mais emoção, mais Garage Fuzz.
Fotos por Karen Lusvardi e Renata Nascimento
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